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Liderança comunitária: Motivação e apoio logístico

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O capítulo intitulado “Motivação para o Trabalho dos Líderes Comunitários do Distrito de Nhamatanda”, de Stefan Leonel Janeiro Mussa e Elsa Maria Frederico Livo, presente no volume “Experiências em Ensino, Pesquisa e Extensão na Universidade: Caminhos e Perspectivas”, aborda um estudo detalhado sobre a motivação dos líderes comunitários no Distrito de Nhamatanda, Moçambique. O objectivo principal da pesquisa é analisar o nível de motivação desses líderes, identificar os factores que a influenciam e propor medidas que possam ser adoptadas por gestores para melhorar o desempenho desses líderes.

Mussa e Livo (2022) iniciam com uma contextualização histórica sobre a motivação, destacando que este tema já despertava o interesse dos primeiros pensadores da humanidade, preocupados em entender e explicar o comportamento humano. Antes da Revolução Industrial, a principal maneira de motivar era através do medo e das punições, como restrições financeiras. Com a Revolução Industrial, surgiram investimentos pesados na produção, visando aumentar a eficiência dos processos industriais. Embora as punições fossem deixadas de lado, o medo ainda prevalecia nas empresas.

Os primeiros estudos sobre a motivação, conforme Marras (2000, citado em Mussa e Livo, 2022), começaram no século XX com Frederick Taylor, que defendia a crença de que o dinheiro era o maior motivador. Taylor afirmava que “as pessoas eram levadas a fazer coisas apenas para obterem mais dinheiro” (Idem).

Neste artigo, a motivação é definida como o processo pelo qual o comportamento humano é incentivado ou estimulado por alguma razão, sendo responsável pela intensidade, direcção e persistência no alcance de uma meta. Em outras palavras, a motivação está sempre relacionada ao esforço em relação a um objectivo a ser alcançado.

Para Mussa e Livo (2022), o líder comunitário é alguém com habilidades para mediar, tomar decisões importantes e promover actividades que ajudam a desenvolver a comunidade. Essas funções dependem do apoio da comunidade, da aceitação do líder e de sua experiência, formação e educação. Kossen (1983, citado em Mussa e Livo, 2022) descreve o líder comunitário como alguém capaz de “solucionar problemas de forma criativa, comunicar e ouvir, ter estabilidade emocional, autoconfiança e uma atitude sincera em relação aos subordinados”.

A motivação no trabalho é definida como a vontade de exercer um elevado esforço para alcançar objectivos laborais, condicionada pela capacidade de esforço para satisfazer alguma necessidade individual (Esteves, 2001, citado em Mussa & Livo).

Os resultados indicam que o nível de motivação dos líderes comunitários em Nhamatanda é considerado médio. A análise revelou que o respeito e o reconhecimento por parte da comunidade são os principais factores motivadores para esses líderes, especialmente em contextos africanos, onde o status social e o reconhecimento são altamente valorizados (Mussa & Livo, 2022). Em contraste, os recursos materiais, embora importantes, não são os principais motivadores. A falta de incentivos financeiros e materiais é notada, mas não é o principal que influencia a motivação.

A relação entre os líderes comunitários e o governo é descrita como ambivalente. Embora o governo reconheça a importância dos líderes para a mobilização e organização comunitária, há uma falta de apoio concreto, manifestada na insuficiência de recursos materiais e na falta de reconhecimento formal, o que gera ressentimentos e pode impactar negativamente a motivação dos líderes.

Os autores concluíram que os objectivos do estudo foram alcançados, destacando a importância dos factores culturais e sociais na motivação dos líderes comunitários. O respeito e o reconhecimento dentro da comunidade são cruciais para manter a motivação alta. A pesquisa sugere que as políticas governamentais devem considerar esses factores ao planear incentivos e suporte para os líderes comunitários. Melhorar a motivação desses líderes pode, consequentemente, melhorar o seu desempenho e os benefícios para a comunidade.

Com base nos resultados, os autores recomendam a implementação de políticas de reconhecimento formal do trabalho dos líderes comunitários, o aumento de recursos materiais e financeiros para apoiar as suas actividades, e programas de formação e capacitação para fortalecer as suas habilidades. Essas medidas podem ajudar a aumentar a motivação e a eficácia dos líderes comunitários, trazendo benefícios significativos para as comunidades que servem.

O capítulo fornece uma visão abrangente sobre os desafios e motivações dos líderes comunitários em Nhamatanda, oferecendo contributos valiosos para gestores e formuladores de políticas que desejam melhorar a eficácia e motivação desses importantes agentes comunitários.

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Gestão de Talentos em Moçambique: Desafios, Estratégias e Perspectivas da Universidade Aberta ISCED

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Este resumo intitulado: a Gestão de Talentos na Universidade Aberta ISCED em Moçambique, é da autoria de Stefan Leonel Janeiro Mussa, colaborador da UnISCED e Nilton Soares Formiga, da Universidade Potiguar. O artigo que faz parte do livro sobre Administração, Contabilidade e Economia – Volume 3, organizado por Silveira (2024) resulta de um estudo exaustivo feito na Universidade Aberta ISCED, onde participaram quatro gestores da instituição.

Importância da Gestão de Talentos para o Sucesso Organizacional

A gestão de talentos é importante para o sucesso organizacional. Este estudo está focado na perspectiva dos gestores de uma universidade em Moçambique. Destaca-se a falta de estudos sobre gestão de talentos no país, especialmente no contexto do ensino superior, e a crescente competição por profissionais qualificados. Mussa e Formiga (2024) apontam a necessidade de estratégias de gestão de talentos consistentes e transparentes, lideradas por gestores estratégicos em colaboração com os recursos humanos.

Este texto destaca a importância da gestão de talentos, sublinhando que colocar os funcionários antes da estratégia é fundamental, como afirmado por Ehlers e Lazenby (2007, citados em Mussa e Formiga, 2024): “o maior erro dos gestores é esquecer o factor mais importante quando se trata de gestão, ou seja, o ser humano”. A gestão de talentos também envolve um senso de urgência em relação às pessoas em posições críticas, como apontado por Conaty & Charan (2010, citados em Mussa e Formiga, 2024).

Desafios e Perspectivas na Implementação da Gestão de Talentos na UnISCED

Neste resumo avalia-se a compreensão e implementação da gestão de talento pelos decisores da Universidade Aberta ISCED (UnISCED). Os entrevistados demonstraram um entendimento claro sobre o conceito de gestão de talento, alinhando suas definições com as práticas descritas na literatura académica, como afirmam Mussa e Formiga (2024). Um dos participantes afirmou que “a gestão de talento é a estratégia para gerir funcionários para que eles possam dar o melhor deles e desenvolver no máximo as próprias capacidades”, sublinharam os autores. Essa visão está em consonância com as definições encontradas na literatura, que também destacam a importância de atrair, desenvolver e reter talentos (Armstrong Michael, 2006; Noe et al., 2006; Silzer & Dowell, 2010, citados em Mussa e Formiga, 2024). Quanto à prioridade dada à gestão de talento na Unisced, os entrevistados enfatizaram sua importância para o crescimento e eficiência da instituição. Um dos entrevistados afirmou que “a gestão de talento mais que uma prioridade é um desafio para UnISCED”. Essa perspectiva está alinhada com a visão de que a gestão de talento é essencial para o sucesso organizacional (citado por Mussa & Formiga, 2024, em Hughes & Rog, 2008). No entanto, os entrevistados reconheceram que a UnISCEDd enfrenta desafios na implementação efectiva da gestão de talento, especialmente devido à falta de recursos humanos qualificados na área de GRH. Eles destacaram a necessidade de desenvolver práticas específicas para identificar e reter talentos na instituição (Mussa & Formiga, 2024).

Contribuições e Recomendações para a Melhoria da Gestão de Talentos em Moçambique

Em resumo, o estudo destaca a importância da gestão de talento para o sucesso organizacional e sugere que a UnISCED precisa desenvolver uma abordagem mais estruturada e proativa para promover um ambiente de trabalho que incentive o crescimento e a excelência organizacional. A falta de literatura sobre gestão de talento em Moçambique é reconhecida, e o trabalho proposto visa preencher essa lacuna, fornecendo um contributo valioso para a comunidade académica e empresarial. Destaca-se a importância da compreensão e implementação da gestão de talento na UnISCED, não apenas como uma prioridade organizacional, mas também como um guia prático para gestores de recursos humanos e líderes empresariais. O estudo também aborda os desafios específicos enfrentados por organizações em Moçambique e na África em geral, como a escassez de talento, problemas educacionais e falta de recursos. Esses desafios são amplamente discutidos na literatura, como destacado por Mussa & Formiga (2024, em Mogwere, 2014 e Maritz, 2012), que enfatizam a necessidade de investir em talento e desenvolvimento educacional para enfrentar essas questões. Além disso, o texto ressalta a importância de práticas eficazes de gestão de talento na retenção de funcionários e no desempenho organizacional, como mencionado por Mussa & Formiga (2024, em D’Amato & Herzfeldt, 2008 e Schuler et al., 2011). Por fim, são feitas recomendações para as instituições de ensino, especialmente a UnISCED, para investirem na formação e capacitação de talentos, visando aprimorar a gestão de talentos e alinhar os objectivos organizacionais com as necessidades dos colaboradores, como sugerido por Mussa & Formiga (2024, em Riccio, 2010 e Rhodes & Brundrett, 2012).

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A INFLUÊNCIA DA LINGUAGEM NA COMUNICAÇÃO HUMANA

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Desvendando os Mistérios da Linguagem

O texto examina o debate levantado por Andy Clark sobre o papel da linguagem na computação humana, sustentando que a linguagem transcende a mera função comunicação que a ela é atribuída. Clark (1998) argumenta que a linguagem não é meramente um canal para transferência de informações, mas exerce uma influência substancial na estrutura, organização, aprendizagem e pensamento humano. Inspirado nas teorias de Lev Vygotsky, Clark propõe que a linguagem não apenas facilita a comunicação, mas também orienta acções e pensamentos, moldando directamente o comportamento e a cognição humanas.

No entanto, o texto também apresenta uma crítica à perspectiva de Clark, citando os argumentos de Birgitt Flohr (1989), que sugere que a linguagem é um produto da interação entre a mente humana e o ambiente externo. Segundo essa visão, a linguagem não exerce um impacto direto na mente, mas serve como um meio para a transmissão de ideias e conhecimentos.

Clark rebate essa crítica reafirmando sua posição de que a linguagem reconfigura o espaço computacional do cérebro humano (Clark, 1998). Ele defende que a linguagem complementa as actividades mentais, fornecendo recursos que não estão disponíveis apenas através dos processos mentais internos.

Resumindo, enquanto Clark sustenta que a linguagem desempenha um papel activo na computação humana, neste artigo, é essa visão, argumentando que a linguagem é apenas um meio de comunicação e pensamento, sem exercer uma influência directa sobre as actividades mentais. O debate sobre essa relação entre linguagem e mente continua, alimentando uma discussão contínua na literatura científica.

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IMPACTO DA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL NAS UNIVERSIDADES MOÇAMBICANAS: DESAFIOS E OPORTUNIDADES

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Desafios e Oportunidades da Inteligência Artificial no Ensino Superior em Moçambique: Um Estudo Exploratório

A introdução deste estudo destaca os desafios enfrentados pelo ensino superior em Moçambique devido ao surgimento e rápido desenvolvimento da inteligência artificial (IA). A IA tem impacto significativo na educação, apresentando tanto oportunidades quanto desafios para as universidades moçambicanas. Este estudo explora os desafios relacionados à integração da IA e seu impacto nos processos educacionais e nos estudantes. O referencial teórico aborda conceitos básicos de IA e ensino superior, além de revisar a literatura existente sobre o assunto. Tópicos como o impacto da IA na educação, mudança de papéis de professores e estudantes, desafios éticos e de protecção de dados, bem como impacto na estrutura curricular e processos administrativos, são discutidos. A metodologia qualitativa empregada inclui entrevistas com gestores universitários em Moçambique, que desempenham papel central na adopção e implementação da IA. A análise de conteúdo das entrevistas identifica os principais desafios enfrentados pelos gestores. O estudo relaciona as descobertas com a literatura existente, identificando estratégias para enfrentar esses desafios. Uma discussão final destaca os principais resultados, implicações práticas e limitações do estudo, além de sugerir áreas para futuras pesquisas sobre os desafios do ensino superior em Moçambique diante da emergência da IA.

Desafios do Ensino Superior em Universidades Moçambicanas

O acesso limitado à tecnologia e infraestruturas adequadas é um desafio fundamental enfrentado pelas universidades moçambicanas no contexto da Inteligência Artificial (IA). A falta de recursos técnicos, como computadores e acesso à internet, pode levar a desigualdades no ensino superior, prejudicando a adopção efectiva da IA. Para superar esse desafio, é crucial que as universidades invistam em infraestruturas tecnológicas e garantam acesso igualitário à tecnologia.

A formação adequada dos professores é essencial para a integração efectiva da IA no ensino superior. A falta de treinamento específico dificulta a adopção da IA pelos professores em Moçambique. Portanto, é necessário que as universidades ofereçam programas de treinamento contínuo e recursos de aprendizagem para capacitar os professores nas habilidades necessárias.

O rápido desenvolvimento da IA requer um ajuste contínuo dos currículos académicos. As universidades em Moçambique devem trabalhar com especialistas em IA para revisar e actualizar os currículos, garantindo que os estudantes tenham as habilidades necessárias para aproveitar as oportunidades oferecidas pela IA.

O uso de IA no ensino superior levanta questões éticas e de privacidade, como a colecta e análise de dados dos estudantes. É essencial que as universidades estabeleçam políticas claras para proteger os dados dos estudantes e promover o uso ético da IA. Além disso, é importante envolver os estudantes e a comunidade académica em discussões sobre ética e privacidade da IA para promover a conscientização e transparência nas práticas empregadas.

Integração Responsável da Inteligência Artificial no Ensino Superior de Moçambique: Benefícios, Desafios e Estratégias

A implementação da Inteligência Artificial (IA) no ensino superior em Moçambique traz benefícios significativos, como a melhoria dos processos educacionais, a personalização da aprendizagem e a automação de tarefas administrativas. A IA permite a adaptação das aulas às necessidades individuais dos alunos, proporcionando um ambiente de aprendizagem mais inclusivo e eficaz. No entanto, enfrenta desafios relacionados ao acesso à infraestrutura tecnológica adequada, à capacitação e actualização dos docentes, à revisão curricular e à ética e privacidade na utilização da IA. Para superar esses desafios, é necessário investir em infraestrutura tecnológica, oferecer capacitação contínua aos professores, revisar os currículos acadêmicos e estabelecer políticas éticas claras. Assim, a IA pode ser integrada de forma responsável e ética no ensino superior em Moçambique, contribuindo para uma educação de qualidade e inclusiva.

Desafios da Implementação da Inteligência Artificial no Ensino Superior em Moçambique: Infraestrutura, Capacitação, Currículo e Ética

O acesso limitado à infraestrutura tecnológica, a falta de capacitação docente, a adaptação curricular e as preocupações éticas e de privacidade são desafios significativos enfrentados pelas universidades moçambicanas na implementação efectiva da Inteligência Artificial (IA) no ensino superior. A falta de recursos financeiros e infraestruturas robustas para suportar a IA cria grandes obstáculos. Para superar esses desafios, sugere-se aumentar o financiamento para pesquisa em IA, promover a colaboração entre organizações, desenvolver programas de formação para docentes, revisar os currículos académicos e estabelecer políticas claras de ética e privacidade. A implementação bem-sucedida da IA requer um esforço conjunto de instituições de ensino superior, governos e partes interessadas. Este estudo, embora baseado em entrevistas com gestores universitários, destaca a necessidade de pesquisas futuras explorarem esses desafios sob diferentes perspectivas e utilizando metodologias complementares.

Conclusão 

O surgimento da Inteligência Artificial (IA) apresenta desafios e oportunidades para o ensino superior nas universidades moçambicanas, incluindo acesso limitado à tecnologia, falta de formação de professores, necessidade de adaptação curricular e preocupações éticas. No entanto, a IA também oferece benefícios, como melhoria dos processos educacionais, personalização do aprendizado e automatização de tarefas administrativas. Para enfrentar esses desafios, as universidades precisam investir em infraestrutura tecnológica, fornecer treinamento de professores, revisar currículos e estabelecer políticas de ética e privacidade. A colaboração entre universidades, empresas e governos é essencial para impulsionar a adopção efectiva da IA no ensino superior, permitindo que as universidades moçambicanas liderem a inovação educacional e contribuam para o desenvolvimento socioeconómico do país.

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AVALIAÇÃO POR PARES EM CONTEXTO DE ENSINO HÍBRIDO

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Aprendizagem no ensino híbrido

O processo de ensino e aprendizagem consiste na verificação dos níveis de retenção/aquisição do conhecimento pelos estudantes, para que se possa reforçar a metodologia em uso por forma a obter melhores resultados de aprendizagem e verificar a forma como os estudantes caminham rumo às metas.

No processo de ensino e aprendizagem, a avaliação pode ser diagnóstica, formativa ou sumativa. A avaliação diagnóstica visa apurar os conhecimentos prévios que o estudante tem sobre determinado conteúdo para melhor planificar a integração do conteúdo novo (Lagarto, 2009). A avaliação formativa acompanha todo o percurso do estudante na disciplina, para verificar se está alinhado aos resultados de aprendizagem, se não estiver deve ser orientado. E por fim, a avaliação sumativa visa indicar se o estudante está apto a transitar para a etapa seguinte, acto que acontece no fim do período de estudos pré-definidos. (Marques, Deusa, & Barbosa, 2017).O ensino híbrido tem ao seu dispor diversos instrumentos de avaliação que podem ser explorados pelo professor para garantir uma maior dedicação dos estudantes nas actividades, impactando positivamente na aprendizagem dos mesmos (Spinardi & Both, 2018). Entretanto, a avaliação pode criar desconforto para os professores e estudantes, quando for concebida como um meio de repreensão ou simples formalidade. Contudo, pode se tornar um meio de impulsionar a aprendizagem quando visa incentivar a reflexão constante nas práticas educativas e no desenho de novas metodologias de aprendizagem. (Soffner, 2010).

Avaliação por pares

Mattar (2017) esclarece que a avaliação por pares é caracterizada pelo envolvimento dos estudantes no processo. Ou seja, os estudantes são avaliadores de outros estudantes. O autor considera este tipo de avaliação como uma “metodologia activa”. Para Nicol, Thomson e Breslin (2014), o tipo de avaliação que inclui o envolvimento dos estudantes a partir de critérios predefinidos (pelo professor), fazem reflexão do próprio desempenho em relação aos mesmos critérios, promovendo, assim, a autonomia na aprendizagem. 

Uma das vantagens da avaliação por pares, é o facto de os estudantes puderem aprender com os erros e sucessos dos colegas, quando estes conseguem alcançar (ou não) e demonstram competências previstas naquela actividade, como também pelos erros dos colegas e compreender a natureza dos critérios de avaliação do docente. Ou seja, a avaliação por pares é uma actividade colaborativa que ocorre entre pelo menos dois pares.

Avaliação por pares na modalidade online

Na modalidade, a avaliação por pares é antecedida pela configuração (feita pelo docente) das informações de envio, a rubrica de avaliação que será utilizada pelos estudantes. Feita a configuração, os estudantes enviam os trabalhos e são avaliados pelos pares (colegas). A seguir é calculada a nota resultante da  ponderação de cada item. 

Este procedimento flexibiliza o trabalho do docente que, além das vantagens da plataforma MOODLE, como a possibilidade que esta dá aos estudantes de anexar os trabalhos ou avaliar no momento que for mais conveniente, permite a automatização do processo de avaliação. Em particular, a ferramenta ocupa-se das actividades críticas como a criação dos grupos de avaliação (quem avalia quem) e o cálculo da nota. Para além de que o docente dispõe de mais tempo para acompanhar os estudantes ao longo do processo avaliativo, monitorando para que decorra sem grandes constrangimentos. 

Aplicação da avaliação por pares

Feita a análise da aplicação da modalidade do ensino híbrido (presencial e online através da plataforma moodle), os resultados provaram que a avaliação por pares tem um grande impacto pedagógico, trazendo resultados significativos aos estudantes.

Quanto ao teste, notou-se que tem um efeito relevante no melhoramento das mesmas, validando a hipótese H1 Este resultado é confirmado pelas respostas dos estudantes que mostram que aprendem avaliando os colegas e ao serem avaliados, tendo um impacto positivo no processo de ensino e aprendizagem com o melhoramento da qualidade do trabalho, contribuindo para o desenvolvimento de capacidades reflexivas e críticas. 

O estudo mostra que mais do que a nota da avaliação, os maiores benefícios evidenciados pelos estudantes estão relacionados ao processo de providenciar e receber o feedback, enriquecendo a abordagem de todos os intervenientes. 

Quanto às insatisfações apresentadas pelos estudantes, em relação à imparcialidade das avaliações, estas podem ser minimizadas com o uso do anonimato no processo, facto que irá reduzir o tempo de avaliação e melhorar a capacidade de provisão de feedback aos colegas. A  avaliação por pares apresenta um enorme potencial pedagógico no ensino híbrido, por se enquadrar nas metodologias activas, e a sua relevância se fortalece quando se utiliza o recurso “Laboratório de Avaliação” da plataforma MOODLE. 

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ESTUDO BIBLIOMÉTRICO SOBRE A LITERATURA RELACIONADA À COVID-19 EM MOÇAMBIQUE DURANTE O ESTADO DE EMERGÊNCIA E CALAMIDADE PÚBLICA

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Com a eclosão da Covid-19, Moçambique, como um representante da África Austral, teve sua própria trajectória na produção científica relacionada à doença pandêmica. Estudos anteriores já apontavam para o crescimento de produções científicas em nações africanas (Confraria & Godinho, 2015), e a COVID-19 veio solidificar esse crescimento. Estudo revela que Moçambique apresentou o maior número de documentos académicos sobre o tema, seguido pelos Estados Unidos (EUA), Kosovo, África do Sul, Canadá, Austrália, Portugal e outros países. 

Os países envolvidos no estudo da COVID-19 em Moçambique são parcialmente os principais parceiros comerciais (Ministry of Industry and Commerce, 2016) e talvez locais onde existem estudantes moçambicanos de pós-graduação internacional que estão a escrever sobre a pandemia no seu país natal. Alguns estudos envolveram vários países, incluindo Moçambique (Brooke et al., 2020; Cortesi et al., 2022; Meta et al., 2021). Muitas publicações eram provenientes da Universidade Eduardo Mondlane (UEM), do Instituto Nacional de Saúde (INS) e da Universidade Lúrio, de Moçambique, e de instituições estrangeiras como a Universidade Sul-Africana de Witwatersrand, entre outras. Existiram também publicações do Instituto Superior Moçambicano de Ciências e Educação a Distância (ISCED), agora Universidade Aberta ISCED (UnISCED).

Em 24 de Julho de 2022, Moçambique tinha 114 publicações académicas sobre COVID-19 indexadas no Dimensions. As publicações começaram em Abril de 2020 e nunca cessaram. O mês de início coincide com o período logo após o primeiro caso, a 22 de Março de 2020 (Buanango & de Oliveira, 2020; Catsossa, 2020; Mastala et al., 2020; Mulhaisse et al., 2020; Sumbana et al., 2020), e a declaração do Presidente do Estado de Emergência (Nyusi, 2020b). Devido aos meios de comunicação social internacionais, a COVID-19 já era bem conhecida em Moçambique, e havia pânico à medida que a doença se aproximava, entrando no continente a 14 de Fevereiro de 2020 através do Egipto (Buanango & de Oliveira, 2020; Giordani et al., 2021; Sumbana et al., 2020) e na África subsaariana através da Nigéria a 27 de Fevereiro (Catsossa, 2020; Mulhaisse et al., 2020; Sumbana et al., 2020), e chegando à vizinha África do Sul no início de Março de 2020 (Sumbana et al., 2020). 

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